quinta-feira, 29 de março de 2012

A pedra, o espinho, a água

Se carregas teu mundo nos ombros



andas cambaleante e trôpego pelo caminho



acordas, teu sono é um farol gigante


apagado



que levas a alimentar as sombras



do teu gesto arrogante



se te escondes debaixo de tua vida de escombros



Tu és teu próprio espinho


em tua vida errante



Se tropeças carregando tua bagagem pelos atalhos


arrastas-te pesada e ofegantemente



tua própria luz ao fundo te levas



escondes a tua mentira numa verdade


qualquer



espelhas-te no alheio





Em pé na areia cediça


dizes que és uma pena


e pesas feito pedra



Levantas teus braços e pedes ajuda



juntas tuas mãos vazias e impuras



limpa-as como à tua alma ferida



não sabes a medida de teu barco que navega



em chão e enganas teu próximo



gemendo como se te afogasses em água


seca