Se carregas teu mundo nos ombros
andas cambaleante e trôpego pelo caminho
acordas, teu sono é um farol gigante
apagado
que levas a alimentar as sombras
do teu gesto arrogante
se te escondes debaixo de tua vida de escombros
Tu és teu próprio espinho
em tua vida errante
Se tropeças carregando tua bagagem pelos atalhos
arrastas-te pesada e ofegantemente
tua própria luz ao fundo te levas
escondes a tua mentira numa verdade
qualquer
espelhas-te no alheio
Em pé na areia cediça
dizes que és uma pena
e pesas feito pedra
Levantas teus braços e pedes ajuda
juntas tuas mãos vazias e impuras
limpa-as como à tua alma ferida
não sabes a medida de teu barco que navega
em chão e enganas teu próximo
gemendo como se te afogasses em água
seca