deve ser como catar-se
depois de sermos esmigalhados
pelo tornado da mente e seus abjetos
quando revolve o porão
o sótão
que carregamos na ordem e desordem
em equilíbrio e desequilíbrio
crendo que tudo se resume ao sim e ao não
aninhando aos socos, palavrões e pontapés
lágrimas, cabelos arrancados,
tremores, tombos, rancores,
mágoas, decepções,
fantasias e ilusões,
sonhos mal acabados,
ao espelho do contrário das expectativas,
perante o outro de nós mesmos a quem nos acusamos
no baú trancado da alma inflamada
pela via de acesso mais escura
onde ressona a raiva
enquanto o ódio descansa
ambos prestes ao estopim
em faíscas intermitentes
lançando dardos sadomasoquistas
como alinhavos grosseiros da postergada
loucura
em completa varredura de seus
guardados e achados
cuidadosa e desastradamente