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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Olha lá os 'infantoches' da submissão

Por certo,

pensas que teu camisolão branco

não mostra a sombra do teu corpo

manchado do sangue inocente

e que tuas sandálias rústicas

passam desapercebidas

pelas vielas milenares

e não deixam rastros

singulares

como os das serpentes

nas areias.

Por certo, crês que o mal

está do outro lado

da muralha

e esta o torna indefeso,

a mesma que esconde

a tua verdade

de ti mesmo.

Do outro lado

lá está emoldurado

o equívoco

a visão distorcida

se não aquela que sai de dentro

do teu coração

se não o próprio reflexo do teu medo

num espelho caleidoscópico

De fato, acreditas numa escuridão

ocidental

à espreita do teu sol

quando o primitivo ainda

habita o sombrio

beiral da tua mente

quase infantil


Por que fechas as janelas

da tua morada

se te cobres

da cabeça ao chão

com o véu negro

de quem não concebe

o perdão e

tens nos dedos

o riste incendiário

da vingança?

Qual criança.

Cala com tua face de obediência letal

a presença da mãe luz

aquela que pode acender

até o mais ínfimo esconderijo


e

volta as costas

ao estender da outra

mão

Mesmo a noite tem seus olhos

brilhantes

e o dia traz a chama

da constante revelação.

Por que lerdas

em teu espírito a

libertação?






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