Tweet

sábado, 9 de maio de 2009

Dragonas-mãe


Ao suspirarmos
alastramos o germe da incupideza;
ao tossirmos,
lançamos no ar
o vírus de indelicadeza.
Ao mirarmos o horizonte,
desvestimos o decote
da natureza.
Mexendo as ancas,
desbancamos a subréptil
dureza.
Nossas lágrimas
derretem o grifo tatuado da
safadeza.

Choramos em labaredas....
Basta piscarmos os cílios,
nuas se tornam as cruezas.
Um gemido gutural
aciona estranhezas da terra.
Mas, com unhas de aço,
poderosas, como argolas,
arranhamos de leve
a carne humana, da qual
jorra toda a estupideza.
Não comprem panelas,
processadores.
perfumes,
flores,
camisolas,
geladeiras,
fogões,
esmaltes,
viagens.
Nem jantares e velas.
Basta seu tropeço
de bípede,
a súbita
noção de toda a sua
pequeneza...

Unge toda nossa
fronte realeza.....






Um comentário:

Silvia Freedom disse...

Ungir a fronte da realeza amorosamente e insculpir a bossa da delicadeza...Que pureza!!!! Que Beleza!!!