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sexta-feira, 1 de maio de 2009

Desacertos aphrodizyakus (que eu adoro)

José Riviti

É penumbra
Não há assombro. Só espanto.
Gela uma lâmpada acesa
Num cômodo
Um violão –suas cordas vibram – ele solfeja
Aprende um tango. Ensina o inesperado.
O pingüin vigia a geladeira
A campainha está muda
A janela não olha lá fora
Emoldura as costas da alma
A sala de um só
Preenche tudo


À bordo de 1978


Estivemos num pequeno pedaço de mundo
Tortos, espertos, abertos,
Oriundos
Cacos de vidro
Lâminas de aço
Projéteis sem pontaria
Cacetetes, fumaça
Correria
No meio, o namoro, o flerte,
A vida a la carte
Traída pelo covarde.

Batismo pagão contemporâneo às margens poluídas de qualquer rio tanto dentro quanto fora


Na água
Sem sal
O fundo de lamaçal
A luz brilha como sol
De um toque espiritual
A fé liberal crê no sobrenatural
A crença só tem fé no material


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