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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Onde, raios, estão meus raios?

Talvez, na gaveta do meio



acordados a cada lua cheia



quem sabe debaixo da mesa



sob o toque a cada garfo e colher

em colisão

pode ser que os esqueci


ali



na prateleira de sentimentos



ou à beira da cama dos pensamentos
Cadê?
Dentro de algum gibi?
Enrolados no lençol da memória
quem sabe vão pinicar
o sonho ao dormir.
Mas, precisava deles agora
para palitar os dentes
e levar atmos feras
ao meu paladar
Onde estão meus raios, raios?
Aqueles que fazem cócegas
nas axilas da discórdia
afagam os caninos do silêncio
fazem as rezas pipocarem
na ponta da língua coronária.
Hum?
Cadê?
Se amotinaram no córtex ,
com certeza.
Só pode.
Uma trincheira bem armada
para tempos à míngua.





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