Ferradura de salto 15
Ah, certamente você está pensando
Ou imaginando
Cascos suaves, leves,
Galopando
Na relva de contornos brandos
Uma potra selvagem
Ao invés de esmalte, tatuagem
Narinas fumegantes
Crinas ruivasTrote elegante,
Parece impaciente
Reduz ímpetos nas curvas
Mas recupera o ritmo
De um compassar
Exultante
Sua aura
Num balé sem igual
Confiante
Grama e areia, terra
Pisoteio
Debutante
Graça e leveza de sereia centaura
Ou esqueci: você está acertando?...
Calma, minha alma
Quase todos eles estão aqui
Conte um a um
De novo
A senha é 'presente'
Diga os nomes, sobrenomes
Peça que levantem as mãos
Sorria
Você está na companhia
De algum deles
Almas de outras dimensões
Dedo no gatilho
O brilho
Voraz do revide
Materializado
No coice
Do cão
Direto
No alvo
-certeiro-sem perdão.
O flash
Ancestral
-instantâneo-na escurdião!
Nas coxas?
Aqui não cabe
Mote que se sabe
Entedia
Aborrece
Emburrece.
Third D
Ainda assusta o som do trovão
A chuva que desaba qualquer vão.
Aquele hiato entre o céu e o chão.
O estrondo ensurdecedor ativo do vulcão.
A mínima possibilidade do canhão.
O satélite-espião.
O furacão.
O oceano em turbilhão.
O calorão.
Nos trava em tudo, o medão.
Nos liberta, a paixão.
Ainda que não:
melhor viver,
então.
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