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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Coloredes Mandiopãs (for Hivich)


Nada como nadar na chuva

principalmente as que chovem há um mês.

Sentir o bolor e a umidade da terra,

do chão alagado,

das paredes, do teto, das janelas,

das roupas, da noite, do dia.

Sinta em toda a sua vastidão molhada,

um céu carregado de nuvens de água e água.

Há natureza de sobra encharcada.

Mas, não pense que não percebi que você não compareceu no Natal e no Reveillon.

Também não ouvi seus coquetéis molotovs.

Nem ao menos um Parabéns a Você...

Creio que você percebeu que estou evitando conjugar verbos a partir da terceira pessoa.

Estou com ojeriza de terceiras pessoas.

Também não suporto mais ver as caras de figuras masterizadas .

Aquelas, midiáticas, cinematográficas, carimbáticas,

que gostam de

adotar negrinhos (magrinhos, raquíticos) e posar com eles no colo,

feito anjos brancos benfeitores

sanando o mal e negro africanos.

Como se a África não fosse a mãe também
da maioria todos nós,

sararás, cafusos, confusos,

mamelucos, malucos,

olhos verdes,
castanhos,

azuis,

cegos,
oblíquos,
puxados,
amendoados,
amontoados,
vesgos,
brancos,

vermelhos, amarelos.

Está com suas galochas inglesas?

Beijos áridos

Lúcsia

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