Tweet

domingo, 1 de agosto de 2010

as noites que não dormem

estalam feito gravetos
na cama em chamas
queimam as palhas do dia
debaixo do travesseiro
chamuscam as pestanas
sobre o colchão
ditos e escritos são folhas ressecadas
plenas de combustão
no lençol
ardem
dos lóbulos das orelhas
à boca do estômago
inflamam as membranas do pensamento
aquecem em demasia o corpo
a alma
goteja labaredas
e antes que haja o suplício
derradeiro do sacrifício
insone
um simples instante
se congela
delicadamente
pés alados da eternidade
pisam uma a uma a dor
apagando-a
com toques cauterizantes
e o sono nocauteia
o antes
prepara-te novamente
para o próximo round
efervescente
c'est la vie...

Nenhum comentário: