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terça-feira, 4 de maio de 2010

A ti, o mal de ti.

...
Corto tuas lágrimas secas em asas



fatio teu arrepio covarde em pétalas




lavo tuas pegadas em brasas



vaporizo tuas digitais ao incenso



levo ao cozimento teus fracassos



banho maria para teus acertos



pimenta vermelha nas tuas veias



sal grosso na tua intolerância



alho para teus erros arrogantes



espremo limão cravo nas tuas palavras de boca
cheia de babalus



alecrim salpicado no teu egoismo
tão solidário a outros egoistas
como confraria de gulosos comedores de papel moeda
argamassa, blocos de concreto e asfalto
Tu, que engoles florestas, cerrados e mangues
bebes ainda o sangue e mastigas a carne
do que te devoras
lembra-te do rio que tens ainda para secar
consumindo teu próprio espelho
Para este teu mal, só um outro mal a te absolver e curar:
tua própria ressurreição.








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