...
Corto tuas lágrimas secas em asas
fatio teu arrepio covarde em pétalas
lavo tuas pegadas em brasas
vaporizo tuas digitais ao incenso
levo ao cozimento teus fracassos
banho maria para teus acertos
pimenta vermelha nas tuas veias
sal grosso na tua intolerância
alho para teus erros arrogantes
espremo limão cravo nas tuas palavras de boca
cheia de babalus
alecrim salpicado no teu egoismo
tão solidário a outros egoistas
como confraria de gulosos comedores de papel moeda
argamassa, blocos de concreto e asfalto
Tu, que engoles florestas, cerrados e mangues
bebes ainda o sangue e mastigas a carne
do que te devoras
lembra-te do rio que tens ainda para secar
consumindo teu próprio espelho
Para este teu mal, só um outro mal a te absolver e curar:
tua própria ressurreição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário