
Ao acordar hoje,
ali estavam as placas de assentimento.
Em cada esquina,
centenas de passagens tortas no trânsito, cedidas,
milhares de balas ardendo à esmo
vivas nos obtuários,
assim como as falas com erros contumazes,
com anônimo e indiscriminado itinerários,
de português -
na concordância, tudo certo, se é o sim.
Cabeças balançando-se afirmativamente,
feito vaquinhas de presépio,
menos o palavrão,
que não mais encontra freio,
em qualquer língua.
Ainda assim,
saem concordando com desentendimentos.
Milhões de sim,
assinando e assassinando embaixo
todo e qualquer ato feio,
que sangra a testa do boi,
que arranca as penas do frango,
que dilacera a garganta do porco,
abre as entranhas do peixe,
- ai, um frio de gelar conhecimentos
um degelo de infernizar florestas,
decepadas sem o menor obséquio.
Ora, tribos-bundão,
agora, eis aí:
estão acordando,
feito baratas ,
ratos,
percevejos,
pulgas,
piolhos,
carrapatos,
sanguessugas,
aedes aegyptii...
De quantos sim você ainda precisa para chegar ao não?...
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