
Hoje, com Benhê, amigos
e outros cidadãos
subi a trilha até os ombros
da serra São José
Fui até o pescoço.
No caminho estreito, outras vezes aberto,
um pouco no aperto,
sempre de frente ao paredão monumental de rocha
tem-se a vista permanente, lá embaixo,
da pequena e bela Tiradentes
num chamego que só estando aqui se sente.
A trilha segue num desafio
íngrime e brando, alternadamente.
Haja pulmão, coração, joelhos e alma.
Não cheguei ao cume, à calçada dos escravos,
nem à cruz do Carteiro.
Muitos vinhos e cigarros, na história anônima.
Outros o fizeram, sem dúvida.
Me faltou pouco, aquele em que falta tudo.
E, por conseguinte, voltarei a não me faltar nada.
Estar sentada no colo de relva e capim, ali mesmo.
A primeira vez tem certa renitência.
Mas, onde quer que se chegue
está bem chegado.
Poço de água escura e limpa,
cheia de ferro,
pássaros, borboletas.
A paisagem tem suas árvores desenhadas
pelo vento
pela chuva
pelos relâmpagos
cipós de existências
entrelaçados feito abraços
mais o sofrimento
tocaia
sombras
assombros
escancarados
no cheiro
e suor do tempo.
Luta-se agora pelo Tombamento,
algo óbvio, mas intransigente.
Assim é.
fotos feitas por Marialice (maioria), eu e Eliseu Henrique