
Toda noite, molho plantas envasoadas
e o piso claro de duas pequenas sacadas
a bacia cheia de água dorme no quarto
enquanto o blade runner gira no ar
as estrelas da madrugada
Não há nuvens
em meu copo cheio de gelo
e muito sol casa afora
levantando poeira e desmaiando
pencas de flores, sementes, painas
Gaia não está nada satisfeita
com a nossa passagem de usuras e rapinagens
resolveu fechar as torneiras
severamente
Nos cansa em mormaço e secura
Derretendo-nos
Deve ser para vermos o que nos sobra
em falta
e de trás para frente
dessorando nossa essência vital