Fragmentos de uma existência inconformada, abduzida pelas letras e seus sentidos . Um periscópio sideral
sob o manto encarnado.(by Lúcsia/ Lúxia e sempre José Riviti)
Mora em Vassununga, rente ao céu, minha outra mãe. Que abracei uma única vez, seus três mil anos de idade. Lá está, elevando-se sobre o dossel de seu séquito qual paridade, feito prece, não tem. Então, se ainda não a conhece, ao menos agradece e diga amém.
Ave! Eu vos saúdo com o desmesurado espanto de uma alma. Façam ao menos um movimento com os dedos e enviem uma mensagem de basta . É uma questão de quem tem espiritualidade ou não. Nem imagino tão nobres colegas e conhecidos passeando ao largo de um mundo humano extremamente cruel e sanguinário, habitado por feras e bestas em sua maioria. Por que piedade desta espécie ignara e vil, a humana (é lógico) como diziam os melhores poetas bêbados e loucos dos anos 60? Mais loucos estamos nós, porque temos que manter a sobriedade até mesmo entornando garrafas de nétar etílico à base de uvas. Ainda assim, lá está e aqui jaz toda e qualquer sanidade humana perante atrocidades cotidianas, reportadas às Tvsinhas como folhetins policialescos. Como se fossem livrinhos de cabeceiras cheios de corpos mutilados, bebês afogados, rostos queimados, membros arrancados, furos na testa, na nuca, na mandíbula, cortes no abdômen, nas costas, mão sem dedos, pés sem unhas, fraturas múltiplas, carros destroçados e casas inundadas. Rios de lama em avenidas, mar de sangue, morros de escombros e sujeira, um horizonte de favelas e sobradinhos decepados. Para quem ainda não entendeu que arregaçar as mangas não significa arregaçar o planeta, insinceras condolências...