
Aqui jaz o 'planeta azul'
Éramos uma família
ao redor da mesa farta
descalços pelo quintal
cheio de árvores, horta e frutas.
Dava para ver os peixes
nos riachos transbordantes
Brincávamos nas ruas
a escola, de giz e lousa,
diplomava pela assiduidade
e estudo.
Quem não passava, ficava.
Repetia o ano.
Os livros despencavam das estantes.
Doença era rara
velhice um dom
dinheiro o suficiente
com trabalho no duro.
A cidade comungava
na missa aos domingos.
Sermão?
Só o do padre,
ainda assim,
a turma bocejava.
Nem tufão, nem furacão
Nem barbaridade.
Existia, sim,
como também o ideal
e o sonho.
Coisa ruim era do chucro,
do analfabeto,
daquele que não sabia
e não aprendia a lição.
Existia vergonha na cara.
A ousadia era de quem
ia mais que podia,
além.
Que pena.
Aqui jazemos.
Quem chorará por nós?