
o cerne está verde
a essência ao clima resseca
pás de cal sufocam a temperança
- pintam de branco o que não é
a igualdade diversamente sonha
a cultura exala odores de feras e etnias
a iniquidade insepulta, embaralha dialetos
feito nacos de esqueletos pontuando trilhas
a verdade ainda emite gases
hoje, arrota-se euforia
e o jeito,
como no passado, é balançar-se
cantando o atraso
- são negramente coloridos
e sonoros
os filhos da escravidão -
escravos de si ou ti , ainda, o são.
nasce, nasce, nasce
e não renasce o
continente que ruge e , de novo, abocanha mais grilhão
a savana gruda no vento amargoso
e quente
feito hálito amanhecido
a carne do abate e caça
a carne do abate e caça
ressentida
se enfraquece
pendurada no gancho modernoso
da vitrine, dos galhos, das cercas, das fronteiras
a contradição se arma até os dentes
e os crimes, contra a própria evolução,
rendem à economia da ilusão,
o consumo turístico, de ocasião
no mais, bebe-se o sangue do safári
também humano...