
(7/1973-restaurado em 2005 e 2009)
Assim é o Rio Pardo
Com suas águas pardas, novas, alvorada afora,
descendo o serrão
Solto, moreno
Beirando-se entre margens e pedras,
Revolto.
Esse Rio, parece, tudo sabe:
da terra ao lado direito,
a do outro lado,
espelho das manhãs,
guarda tudo no seu leito
Histórias vividas em murmúrios
Daquelas de confins
De matagais.
Muitas lá das Minas Gerais
É pardo como a tarde, feito de barro.
Águas que desabam em pedras,
estas ,em mágoas.
De quem bebeu na sua fonte,
quem caiu de cansaço,
Deu vida e morte,
sua correnteza fez embaraço.
De longe chamou poetas
Engenheiros, profetas, carpinteiros.
Assim é o Rio Pardo
Com suas águas pardas, novas, alvorada afora,
descendo o serrão
Solto, moreno
Beirando-se entre margens e pedras,
Revolto.
Esse Rio, parece, tudo sabe:
da terra ao lado direito,
a do outro lado,
espelho das manhãs,
guarda tudo no seu leito
Histórias vividas em murmúrios
Daquelas de confins
De matagais.
Muitas lá das Minas Gerais
É pardo como a tarde, feito de barro.
Águas que desabam em pedras,
estas ,em mágoas.
De quem bebeu na sua fonte,
quem caiu de cansaço,
Deu vida e morte,
sua correnteza fez embaraço.
De longe chamou poetas
Engenheiros, profetas, carpinteiros.
Escritores, gênios,
saiotes, fricotes, uniformes,
Tirou a sede, arrancou a fome, jogou na rede
Lambaris e bagres
Para o homem.
Esse Rio, antigo rio,
Vem lá dos montes, dos horizontes,
Um caminho de estio, à margem
Resvalando caudaloso sob pontes
Tirou a sede, arrancou a fome, jogou na rede
Lambaris e bagres
Para o homem.
Esse Rio, antigo rio,
Vem lá dos montes, dos horizontes,
Um caminho de estio, à margem
Resvalando caudaloso sob pontes
sob asas, saias, saltos,
como desvencilha e encilha
uma sela em punho feminino,
dedos de rédea-
serpenteia felina,
silenciosamente.
Pardo, Rio dos mogiões paulistas e paragens
Às vezes em calma sossegada
Outro tanto em corredeira desatinada
Pardo, Rio, bonito,
rio bem posto
sempre bendito,
enchente ou calmaria,
verso, sangue,
esse Rio é fonte.
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