
Talvez porque nascemos grudadinhos
e, por ser da família, damos atenção
comidinhas
água, bebidinhas
banho
levamos para passear
para trabalhar
para a escola
para o bar e para dormir
talvez porque seja de estimação
em nosso coração
mesmo quando nos chateamos e brigamos
perdoamos
sempre nossa companhia mais desagradável
não a descartamos
lado a lado
até quando, num descuido
nos alegramos
nos apaixonamos
nos desdobramos ao outro
ou à outra
e vemos que esse contato
magnífico, novo,
que nos arrebata
dura pouco
e lá estamos, novamente,
agarradinhos à ela,
a feliz infelicidade
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