domingo, 27 de novembro de 2011

Cruzes, Deus me livre, se você sou eu e eu sou você!

Ora, Ora

Humanos e Humanidade

Dizem que somos parecidos

Tão aos pares que nos combinamos

Tão aos ímpares que nos conjugamos

Tão próximos que somos quase iguais

Tão diferentes que somos dnas antigos

Tão nós e tão eles

tão zorós

que chegamos ao impasse do quem

quer ser quem

Só sei que não quero ser você

Tenho urticária

meu estômago embrulha

meus pelos arrepiam

vomito a vertigem

de tão arrepiante

inexequível semelhança

Não posso me aprofundar nesse espelho

grotesco e insensível

de você em mim

nem de mim em você

A bo mi no me

Por tabela,

A bo mi ne me



terça-feira, 22 de novembro de 2011

Que falam os ventos?

descortinados

recortados

arreganhados

assoviam

tiram fina

levantam

espiam

azucrinam

embalam

enveredam

alçam

desprendem

despreendem

lisos

crespos

de chofre

impactam

imprevisíveis

rebeldes

sopram

tossem

vociferam

grunhem

rosnam

arrancam pregos

desparafusam

arrancam arcadas

dentárias

centenárias

cimentos

telhas

levam cuspe

perdigotam

redemoinham

saci

balançam cachos de uvas

colméias de abelhas

levantam telhas

sacodem cumieras

derrubam muros

estribam paineiras

lá está a árvore matriz

arrancada pela raiz

zumbem

reverberam

anunciam

devastadores

o afago

o safanão

o coice

o vergalhão

entorta o ferro

retorce a rocha

o curso muda de endereço

a terra deita

o caminho segue outra direção

reza a plantação

ajoelham-se os lá fora

quebra o iceberg

desloca o eixo

penteia o fundo

despenteia o raso

sacode o lençol

à risca rasga

rasga à risca

indomável

vento

ventania

tornado

furacão

brisa sem bridão







segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Por que uma cidade antiga não desperta para a eternidade?




A cidade de Tiradentes-MG só agora lida com sua mais execrável realidade, ante a exuberante Serra São José e relevo acidental geográfico privilegiado. Não sabe onde jogar, tratar e destinar o cocô de habitantes e turísticos. Quer afundar a coisa na várzea, porque, como diz o expert em nada, esgoto não sobe morro... No último dia 20 de novembro, pós Dia da Bandeira, alguns inconformados com a porcaria, sairam aos brados pela inércia e corruptiva política da cidade, assaz em regiões brasileiras. Palavra de ordem: CocôPasa! CocôPasa!
Sobre o córrego Santo Antonio: Cocôrrego!
Prefeito e subordinados não atendem ao pós-moderno há anos.
São cegos, surdos e , pasmem!, mudos às questões que elevam uma cidade com cerca de 7 mil habitantes, herdeiros da luz e sombra de um mártir, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes,
só contabilizando os lucros de um turismo predador.
Coitado. Continua mártir 300 anos depois.
Os algozes , mais vivos do que nunca, 300 anos depois.

domingo, 6 de novembro de 2011

Planeta Terra, náufraga à vista

Mundo
corro atrás de você
nas asas de uma borboleta
violeta
me prende na ponta do alfinete
Mundo
corro atrás de você
nas garras de um caranguejo
me põe vivo na panela de água fervente
Mundo
corro atrás de você
no casco de um altivo nelore no pasto
me abate com martelo e me serve no churrasco
Mundo
corro atrás de você
no cantar de um pintassilgo fidalgo
e me cala na agonia da extinção engaiolada
Mundo
corro atrás de você
feito pipa ganhando a imensidão do céu
a linha de cerol corta a jugular de quem roda ao léu
Mundo
corro atrás de você
nas barbatanas de um surubim pintado
e me fisga no anzol para fatiar minha espinha
Mundo
corro atrás de você
com meus galhos frondosos
e ceifa minha sombra no machado
Mundo
corro atrás de você
lavando com minha água doce teu cansaço
e me prende em rios de esgoto
Mundo
corro atrás de você
com meu solo fértil que cresce em teu prato de comida
envenena minhas entranhas com herbicida
Mundo
começo a correr de você