
Vamos!
Fazemos rolar,
rachão,
torcemos as mágoas
espanamos a miséria
espalhamos a vibração
trabalhamos a tragédia
driblamos a fome
cercamos o resultado
adoçamos o vinagre
canelamos a falta de sonho
chutamos o azar
cabeceamos a sorte
sem saída, inventamos
chovemos na horta
embaixadinhas no futuro
duelamos a defesa
quando a casa cai
todo mundo vai
e diz levanta,
sacode a poeira
mais um gol
e chega a chuverada
a alma lavada
com garra
raça
samba sem corneta
aquele no pé
que tem à mão
- no batuque -
a musicalidade alegre da fé.